terça-feira, 22 de setembro de 2009

Os trabalhadores/estudantes, os estudantes e os professores

Ao longo da minha vida académica fui percebendo que estas três classes não conjugam entre si. Em primeiro lugar temos os professores, estão lá para transmitir os seus conhecimentos e dar ferramentas úteis para que possamos prosseguir um dia mais tarde. Em seguida aparecem os estudantes que são aqueles que seguem o percurso normal de uma vida académica, que em alguns casos estão lá apenas e só porque é giro andar com a malta, pouco dados ao estudo. Por fim temos os trabalhadores estudantes, que por quererem ou por não haver outra alternativa tentam conciliar o trabalho com o estudo. Ora e perguntam vocês porque é que estas três categorias não conjugam entre si??? Não conjugam entre si porque todas tem perspectivas diferentes das situações.

Os professores (pelo menos os meus) não gostam dos trabalhadores estudantes, mandam-nos escolher entre o trabalho ou o estudo quando vamos falar delicadamente com eles e expor a situação. "Se o curso é uma coisa que quer seguir para a vida tem de fazer opções", insensíveis que só eles. Não ligam ao estatuto do trabalhador/estudante e quantos menos houver, melhor!!

Os estudantes que se dedicam de corpo e alma ao seu curso, em muitos casos acham que os trabalhadores estudantes não dão mais porque não querem, não estão dispostos a ajudar (nem que seja para dizer os dias dos testes...pelo menos no meu curso é assim). Em alguns casos (como aquele que apanhei ontem) ainda são capazes de ser cruéis e dizer " então é este ano que acabas o curso??? Já é uma vergonha andares a estudar há tanto tempo!!! Arqueologia é um curso que toda a gente tira!!!" (estas belas frases que me fazem parecer a pessoa mais burra do mundo, só não me atingiram muito porque foram ditas por uma pessoa que sei que é mesmo burra, que entrou este ano e pensa que tem o rei na barriga, porque não tem de pagar os estudos, porque tem tudo o que quer e porque teve entrada directa, nem foi sujeito a concurso!!)

Os trabalhadores estudantes dividem-se em dois subgrupos: aqueles que querem conciliar e não conseguem, e aqueles que conseguem mas não querem. São o grupo que por vezes trava batalhas com os professores que os tentam lixar, mas que por vezes conseguem dar a volta por cima. Tem um estatuto que serve para a faculdade e para o emprego, mas na maioria das vezes não se aplica nem num lado nem no outro. São aqueles que quando os tentam derrubar com palavras respondem simplesmente " Ainda bem que não tiveste de passar por concurso nenhum para entrar na faculdade" ou "Espero que nunca encontres obstáculos na tua vida académica que te façam ficar lá mais que três anos".

E hoje escrevo isto porque estou chateada, porque vai ser mais um ano de batalhas, porque não vejo luz ao fundo do túnel e porque estou cansada desta vida dupla!

5 comentários:

Olhos Dourados disse...

Não deve ser fácil!

Maria disse...

Como eu admiro essas pessoas. Já só estudar não é nada fácil, quanto mais estudar e trabalhar..!

beijinho.

Anita! disse...

Minha querida companheira,

Mas qual vergonha, qual quê?!

Quem dera a muitos conseguirem o que conseguimos!

Tu não és nada burra! Olha, esse(a) menino(a)que te disse isso é que é, porque ainda não sabe o que tem pela frente!

Quero sorrisos, e qualquer coisa apita.

beijoca grande

Anita! disse...

Minha querida companheira,

Mas qual vergonha, qual quê?!

Quem dera a muitos conseguirem o que conseguimos!

Tu não és nada burra! Olha, esse(a) menino(a)que te disse isso é que é, porque ainda não sabe o que tem pela frente!

Quero sorrisos, e qualquer coisa apita.

beijoca grande

L'Enfant Terrible disse...

Revejo-me no teu post porque sou trabalhador-estudante e faço da minha vida gato-sapato para ir às aulas e fazer trabalhos e ter tempo para estudar para testes. Quanto a professores há de tudo os que preferem os alunos mais "velhos" porque não chateiam e sabem estar ao passo que a maioria dos "estudantes" são miúdos que não se sabem comportar. Mas também há aqueles que nos querem tramar como bem dizes e muitas vezes de forma sacana porque sabem que nós temos outra postura e sabemos responder à altura em caso disso, coisa que os miúdos não sabem fazer.